domingo, 7 de junho de 2009

Adequando a Comunicação... Luluzinha na adolescência

Luluzinha, a personagem infantil famosa por seu vestidinho vermelho e por ter estabelecido o conceito de um programa estritamente feminino (o Clube da Luluzinha), cresceu. A partir de hoje, com a chegada de "Luluzinha Teen e sua Turma" às bancas, a personagem, criada em 1935 por Marjorie Henderson Buell, será vista por volta dos 16 anos e vivendo situações comuns para a maioria dos adolescentes de hoje em dia.

A publicação, mensal, sairá pela Ediouro sob o selo Pixel. Segundo Daniel Stycer, editor-chefe dos novos quadrinhos, a intenção de lançar uma revista voltada para o público adolescente existia já há algum tempo, mas ganhou força após Maurício de Sousa colocar nas bancas, com muito sucesso, sua nova série, a "Turma da Mônica Jovem" (leia mais na página 2)."Contribuiu para que a editora, que já tem tradição de revistas para jovens, começasse uma nova publicação voltada para esse público", afirma Stycer. Segundo ele, foi feita uma grande pesquisa sobre qual personagem poderia "crescer" e ganhar novos quadrinhos. De todos, Luluzinha foi a que mais agradou aos pesquisados. "Apesar de hoje não estar mais na TV ou nas bancas, é uma personagem que segue no imaginário das pessoas", afirma o editor, que trabalha com uma equipe formada apenas por brasileiros.

De posse da certeza do interesse do público em saber como seria a adolescência da garota, a editora partiu para fechar um acordo com a empresa Randow House, detentora dos direitos da personagem para, no Brasil, recriar os quadrinhos (mas apenas na fase jovem: o contrato não prevê nada ligado ao estilo original da revista), tanto no aspecto visual, quanto na personalidade.

Por isso, quem estava habituado com as características físicas e psicológicas da infância de cada um dos personagens pode estranhar. A protagonista, agora magra, deixa para trás os cabelos cacheados e assume uma certa insegurança. Bolinha, que agora atende também pelo nome de Bola, também emagreceu e tem uma banda de rock (o violino, que outrora ele tocava, ficou no passado). Glorinha, antes inimiga da personagem principal, hoje é sua melhor amiga e uma grande apaixonada pelo mundo da moda. Também compondo o núcleo principal, Aninha assume a faceta de uma menina emburrada, enquanto Alvinho, que no original era o bebê que Luluzinha eventualmente cuidava, tornou-se um garoto-problema.

Quando questionado sobre o motivo das mudanças e adequações, Stycer justifica ancorado na passagem do tempo. "Ninguém, aos 15, 16 anos, é exatamente da mesma forma de quanto tinha 7. A modificação é natural e veio com a intenção de falarmos e representarmos o maior público possível."

Interatividade.
E, para haver uma comunicação efetiva com o jovem de hoje, os realizadores lançaram mão de uma série de novidades. A primeira delas foi a adoção do estilo mangá (histórias em quadrinhos feitas aos moldes japoneses). Como dado novo, em vez do preto-e-branco usado nas revistas nipônicas, o clímax de cada história será colorido. "Em nossas pesquisas, vimos que o leitor teria interesse em ver, principalmente, as cores das roupas. Então, cerca de 16 páginas em cada edição virão coloridas", conta o diretor.

A vestimenta dos personagens, aliás, ganhará atenção especial. Como a cada história eles usarão um modelito, a equipe de criação contou com a ajuda da consultora de moda Gloria Kalil para acertar o estilo do jovem de hoje.

Além disso, a Internet será uma potente aliada nessa nova empreitada. A aposta no universo online começa pela própria Luluzinha, que deixa de lado o diário (utilizado por ela na infância) e se torna blogueira. E, para completar, entra no ar hoje o site http://www.luluteen.com.br/. "Nossa intenção é que a Internet seja uma continuação das histórias em papel, já que essa é uma tendência da nossa época", complementa Daniel.

Números:
1 milhão de reais foi o investimento feito pela Pixel na criação e produção de "Luluzinha Teen e Sua Turma".

Agenda

O que.
"Luluzinha Teen e sua Turma", Ediouro/Pixel, 96 págs.

Quando.
Revista mensal, a partir de hoje nas bancas

Quanto.
R$ 6,40

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