Marc Augé, antropólogo francês, em seu livro "Não-lugares Introdução a uma antropologia da supermodernidade", traz um útil conceito àqueles que se dispõem a repensar as políticas e o planejamento e a operar as ações de comunicação com os empregados, mais conhecida pela geográfica expressão "comunicação interna", que deveria ser abolida do vocabulário. Afinal, cada vez mais integrados pela tecnologia digital e pela vontade de viver em ambiente democrático, todos pretendem estar neste mundo.
De volta ao conceito definido por Augé os não-lugares , são os espaços que não valorizam os aspectos simbólicos de nossa existência e de nossa identidade. Ambientes em que predomina o instrumental, o fazer preso ao presente, sem marcos e mitos fundadores e sem perspectivas. Nos não-lugares o futuro é sempre quantitativo, a esperança não tem significado. É o Jano decapitado e o ritual do novo ano desfeito. Joseph Campbell interpretaria o não-lugar de Augé, como o espaço que impossibilita a trajetória do herói.
Exemplos fortes de não-lugares? A maioria das fábricas, com linhas retas e corredores de produção; os escritórios impessoais e brancos; os fast-food, assassinos do ritual da alimentação e da comensalidade; os necrotérios, os hospitais, os asilos, que escondem a morte, a doença, a velhice. Uma aluna me falou, sabiamente, que Vinícius de Moraes e Tom Jobim jamais comporiam "Garota de Ipanema" em um fast-food...
O lugar morada do conhecimento
A comunicação com os empregados, que se quer excelente, deve ser a expressão de empresas que se pretendem lugares, como Simônides, poeta e pai da memória, propôs na tradição clássica grega: lugares assentados em simbologia e imagens fortes. Lugares são as moradas da memória dos empregados, dos consumidores, das comunidades, da sociedade. Lugares se contrapõem ao excesso de informação e permitem que ela se transforme em conhecimento.
Como muitos já afirmaram, o homem é um ser dos símbolos. Em várias organizações, a comunicação com os empregados, desidratada de simbologia, os transforma em extensões das máquinas.
Fonte: Por Paulo Nassar, in www.aberje.com.br
De volta ao conceito definido por Augé os não-lugares , são os espaços que não valorizam os aspectos simbólicos de nossa existência e de nossa identidade. Ambientes em que predomina o instrumental, o fazer preso ao presente, sem marcos e mitos fundadores e sem perspectivas. Nos não-lugares o futuro é sempre quantitativo, a esperança não tem significado. É o Jano decapitado e o ritual do novo ano desfeito. Joseph Campbell interpretaria o não-lugar de Augé, como o espaço que impossibilita a trajetória do herói.
Exemplos fortes de não-lugares? A maioria das fábricas, com linhas retas e corredores de produção; os escritórios impessoais e brancos; os fast-food, assassinos do ritual da alimentação e da comensalidade; os necrotérios, os hospitais, os asilos, que escondem a morte, a doença, a velhice. Uma aluna me falou, sabiamente, que Vinícius de Moraes e Tom Jobim jamais comporiam "Garota de Ipanema" em um fast-food...
O lugar morada do conhecimento
A comunicação com os empregados, que se quer excelente, deve ser a expressão de empresas que se pretendem lugares, como Simônides, poeta e pai da memória, propôs na tradição clássica grega: lugares assentados em simbologia e imagens fortes. Lugares são as moradas da memória dos empregados, dos consumidores, das comunidades, da sociedade. Lugares se contrapõem ao excesso de informação e permitem que ela se transforme em conhecimento.
Como muitos já afirmaram, o homem é um ser dos símbolos. Em várias organizações, a comunicação com os empregados, desidratada de simbologia, os transforma em extensões das máquinas.
Fonte: Por Paulo Nassar, in www.aberje.com.br
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